Se eu tivesse uma máquina do tempo, iria viajar para o passado. Voltaria, sem dúvida, para as décadas de 60, 70 e 80, por inúmeros motivos... Primeiramente, acho o "máximo" essa época, seja a música, as roupas, o modo de viver, tudo. Me imagino vestido com aquelas jaquetas de couro, as calças justas, o sapato, dirigindo um carro da moda com os amigos sem custo, tipo o John Travolta "Nos embalos de Sábado a noite".
(Gostaria de ter nascido na década de sessenta, ter passado minha infância na década de 70 e a adolescência e a fase adulta na década de 80.)
Essas três décadas são marcadas pelas músicas e bandas que fizeram sucesso, The Beatles, Elvis Presley, Bee Gees, Michael Jackson, etc. Essa época também é marcada pelo som das discotecas, a Ditadura Militar e vários outros acontecimentos.
O que alimenta essa minha "vontade" de viver nessas décadas são os filmes estadunidenses que retratam esse período, também, as músicas que mais fizeram sucesso no mundo inteiro e mais vários outros fatores. Mas existe um fator que eu exalto, que é a valorização das coisas... Como assim valorização das coisas?
Nessa época, na qual meus pais viveram e também muitas pessoas, as coisas eram muito mais valorizadas. Existiam momentos muito mais marcantes, as pessoas que viveram nessa época possuem mais memórias, mais lembranças e sentem falta disso tudo. Antigamente, as crianças ficavam o ano inteiro esperando para ganhar uma bicicleta e contavam os dias para poderem brincar na rua com os amiguinhos. Os adolescentes namoravam escondido e desfrutavam da adrenalina de ser jovem, tudo era mais difícil, um beijo era muito valorizado e o sexo então... Hoje em dia tu vai numa festa e vê muita gente "ficando" sem ao menos saber o nome.
Também, naquela época, os jovens iam para a escola e gostavam de estudar, se divertir não precisando de maconha e nem drogas fortes, somente, a droga da liberdade. Eram poucas as televisões em casa, normalmente uma, sendo que as pessoas não se prendiam a essas coisas. As crianças gostavam de ficar na rua até tarde, os jovens namorando escondido e indo nas baladas e os adultos iam aos cinemas de rua. Andar de noite era bom e não tinha perigo, ao contrário de hoje. Muita coisa mudou...
Não acho que vivo numa época ruim, mas creio que com o passar do ano a essência de muitas coisas se perderam. Hoje em dia, a palavra "valor" praticamente não existe. Os pais estão mimando os filhos ao invés de educar e isso não é algo que me agrade.
Enfim, torço para que meus filhos possam ter momentos marcantes na adolescência deles e que o conceito de "valor" possa ser recriado.
Porto Alegre na década de 60, por incrível que pareça não é um filme americano.